10 de set. de 2014



Rua 5, de um bairro qualquer, que pode ser batizado de amor. O conheci lá.
Uma rua estreita, sem nenhum encanto, as lâmpadas só foram postas de um lado da rua, meio claro, meio escuro. Um boteco na esquina, com alguns caras se afogando em um copo de amargura, talvez mais de um, quem sabe uma garrafa inteira. Uns velhinhos mais agasalhados do que o normal, para um dia quente como aquele; todos alimentando pombos com aquelas migalhas de pão. Eu apenas observando.
Na Rua 5, do bairro amor, temos restaurantes simples e com comidas que tem o gosto do tempero da vovó, um sebo com livros que fedem mais do que meu cabelo neste momento, praças com crianças correndo de um lado pra outro e casais com beijos sedentos por cama. Um banco, achei! Na Rua 6, que faz fronteira com a rua 5, tem a praça mais escura do bairro, nada de crianças, nem casais, nem velhinhos, apenas alguns mendigos e claro, neste momento, eu. O eu amargurado, que não sabe se foi deixado ou esquecido. Neste bairro que antes era amor, agora o intitulo de desgosto. Nada de cafés, músicas tristes e nem aquele choro escorrendo como num filme de romance, a vida aqui é real, nada de dramalhões, mas o fato é que, a vontade de morrer ou vegetar (tanto faz) é a mesma. Minha cabeça pesa mais que uma bola de boliche, as lembranças chegam mais rápido que o trem bala, e sabe qual minha vontade? Sorrir. Sim, sorrir de todos os momentos idiotas e de todas as discussões sem sentido; sorrir pra aliviar esse peso e sorrir, porque mostrar os dentes é mais fácil... Até mesmo de se esconder; ele é mais fácil. O choro não, ele só vem em casos extremos, casos em que se sente muito, muita dor, muito medo, muita alegria, muito amor como eu senti; e pra esconder é bem mais difícil, as lágrimas saem desenfreadas, e quando secam me resta um rosto inchado, marcado, sofrido.
Ok! A minha vida está no momento drama descontrolado; não controlo meu corpo, nem minha mente, nem meu coração, por que achei que neste momento conseguiria controlar você? Quando entrei naquele apartamento, nº27, da rua 5, do bairro amargura, e vi aquela mulher montada em você, o suor dela se misturando ao seu, assim como o corpo de vocês em um ritmo, que é, era, já foi nosso, foi uma das piores coisas do mundo pra se ver. A dois dias atrás, na viagem em que você me incentivou a fazer, tudo parecia bem, aliás, tudo parece bem pra depois ficar mal.
Aqui nesse banco da praça que faz fronteira com a rua 5, de um bairro agora chamado solidão, descobri que quebrar a cara as vezes é necessário pra gente crescer e mudar de rota.
A rota é outra, pode ser que eu esbarre em outra rua 5 ou 6, ou pode ser que eu der a sorte de encontrar uma rua de número qualquer, com um bairro chamado amor,.. De verdade!

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