4 de dez. de 2013
O cara no café...
O velho clichê de sempre. Um café. Ou dois. Um cigarro. A música que te deixa ainda mais na foça. E as lembranças. Tudo em perfeita união. Sentei numa mesa do café da esquina, mas dessa vez, nada foi sobre mim. Mas sobre aquele cara sentado no balcão. Camisa xadrez amarrotada. Touca, provavelmente escondendo seu cabelo bagunçado. E fitando um copo de whisky com gelo na mão. Mais um clichê. Mas quem em sã consciência vai á um café e pede algo mais forte? Pensei em me juntar a ele. E ali ficaríamos. Dois clichês. Solitários. Amargurados. Falaríamos dos nossos relacionamentos que não deram certo. E com certo desprezo, contemplaríamos a bebida e as lembranças. Talvez ele saia de lá jogado. Talvez nem saia, e caia por lá mesmo. Adivinha a música que toca no rádio? Chico. Tem como ficar mais na foça!? O café esta rodeado de clichês. De casais felizes, Famílias. Idosos. E nós dois. Em extremos. Sozinhos e ao mesmo tempo juntos. Posso imaginar o que se passa. Ou talvez eu imagine errado. Uma lágrima; um gesto pra limpá-la sem que ninguém perceba. E a confirmação de que ele. Eu. Nós. Estamos sentindo. Pensando. Café, whisky. Amargos. Lembranças. E a garganta se apertando pra conter um gemido. Ele levantou. E como se lesse meus pensamentos. Olhou. Balançou a cabeça como em um comprimento ou confirmação de que estávamos no mesmo barco. Mais um clichê. Corações solitários. Almas doloridas. Vice versa. Eu e ele. Unidos por um amor não correspondido. Ou por paixão acabada. Ufa! Enfim, o suspiro saiu. Não estou só nesse barco. Pelo menos não dessa vez.
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